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TEXTOS

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Krishnanandini

“Equivoca-se quem diz que os Vaishnavas morrem, 
Pois vós ainda viveis no som!”
Bhaktivinoda Thakura


Sua Graça Krsnanandini Devi Dasi, uma pioneira amada e inspiradora para as famílias Vaishnavas, faleceu ontem (13 de novembro de 2020) após uma longa luta contra o câncer. Ela estava na companhia dos filhos e filhas e do marido Tariq Saleem Ziyad, em sua casa na Carolina do Norte.
Krsnanandini Devi Dasi era uma discípula de Srila Prabhupada, educadora de vida familiar certificada, membra da equipe de Visão Grihastha da ISKCON e codiretora do Instituto da Família Dasi-Ziyad com seu marido Tariq. Por meio desse instituto, o casal elaborou e implementou diversos currículos relacionados ao casamento, família e juventude. Eles forneciam aconselhamento pré-matrimonial e trabalharam com famílias, ensinando muitos/as como desenvolverem habilidades de relacionamento saudáveis a partir de uma base espiritual sólida.
Em um artigo de junho para o ISKCON News, Sri Radhika Devi Dasi escreveu: "Krsnanandini Devi Dasi conseguiu ser uma mãe exemplar para seus filhos enquanto, ao mesmo tempo, também prestava serviços vitais dentro da comunidade da ISKCON e além."
Durante os estágios finais de sua vida, enquanto estava sob cuidados paliativos, Krsnanandini continuou a servir a comunidade por meio de palestras via Zoom, como para a ISKCON de Nova Jersey Towaco Zoom Sanga na primavera, na qual falou sobre como desenvolver o destemor e se abrigar em Krishna nesse momento, antes que a morte chegue a nós todos e todas. Depois de sua palestra, os devotos na chamada Zoom reservaram um tempo para compartilhar suas memórias e apreciação por ela de todo o coração.
Nos últimos dias, a discípula de Srila Prabhupada, Rukmini Devi Dasi, falou com Krsnanandini ao telefone e pediu-lhe algumas instruções. “Ela fechou os olhos, pensou um pouco e disse a meu marido, Anuttama, e a mim apenas para sermos devotos alegres e felizes!”, Rukmini lembra. “Ela disse que deveríamos estar alegres no serviço de Srila Prabhupada, ser felizes e celebrar os presentes que ele nos deu. Foi uma bela instrução para nós todos e todas.”
Enquanto isso, muitos devotos e devotas de todo o mundo têm compartilhado suas homenagens a Sua Graça Krsnanandini Devi Dasi nas redes sociais, demonstrando seu impacto inspirador e de longo alcance.
“Lamentamos a perda de nossa irmã espiritual”, escreveu o Ministro da Educação da ISKCON, Sesa Das. “Agradecemos a ela por seu inestimável serviço à missão de Srila Prabhupada. Oramos por seu rápido retorno ao lar de volta ao Supremo!”
Nimai Dasi, gerente de comunicações da ISKCON Leicester, Reino Unido, escreveu: “Em agradecimento, nos despedimos de outro/a líder maravilhoso/a em nossa comunidade. Krsnanandini Dasi tocou os corações e curou tantas pessoas, de tantas religiões e origens. Sua influência, exemplo e seus ensinamentos viverão”.
Falando à ISKCON News, o Diretor de Comunicações da ISKCON, Anuttama Das, disse: “Krsnanandini foi uma irmã espiritual muito amada e uma pioneira em muitos aspectos do movimento para a consciência de Krishna. Ela e seu marido Tariq, que é muçulmano, foram fundamentais em sua cidade natal na promoção de casamentos mais fortes para pessoas de todas as religiões. Ela foi uma membra fundadora da equipe Grihasta Vision, que criou seminários de treinamento e educou os devotos e devotas sobre como ser melhores parceiros/as no casamento e melhores pais e mães em todo o mundo.
“Hoje, o trabalho que ela começou continua, e todos os devotos e devotas da ISKCON, quer a conheçam ou não, estão em dívida com ela por suas contribuições. Podemos ver, desde o início de sua vida em consciência de Krishna, como ela foi o recipiente de misericórdia especial de Srila Prabhupada, e ela manteve Prabhupada em primeiro lugar em seu coração por toda a vida.
“Os devotos e devotas que tiveram a sorte de ver algumas das entrevistas com ela, durante seus últimos dias, viram uma mulher profundamente espiritual, profundamente consciente de Krishna, profundamente preocupada com seus filhos e filhas, sua família e a família de Srila Prabhupada; e alguém que desejava a nós todos e todas sucesso contínuo em nossa consciência de Krishna e o sucesso da ISKCON após seu falecimento. Sentiremos muita falta dela, mas nós todos e todas devemos tentar nos lembrar das contribuições maravilhosas que ela deu a nós e ao mundo, e orar a Krishna para que possamos levar seu espírito adiante.”
Lembrando a vida de Sua Graça Krsnanandini Devi Dasi, incluímos aqui sua biografia, escrita por seu filho Syama Vallabha Das, e reproduzida do boletim informativo do templo ISKCON Alachua:
“Mãe Krsnanandini Devi Dasi foi trazida à Consciência de Krishna por sua mãe quando era uma jovem adolescente junto com seus outros irmãos. Sua mãe recebeu uma revista “Back to Godhead” de seu filho mais velho Jasper. Ele recebeu a revista enquanto estava um dia fora de casa.
“Sua mãe era uma mulher simples e devota cristã que ressonava profundamente com as perspectivas de Bhakti dadas por Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Srila Prabhupada em seus escritos. Mas quando ela foi ao templo local em Cleveland, Ohio, junto com seus filhos e filhas, pronta para se juntar à comunidade de lá, enfrentou intolerância e racismo. Ela foi tratada como uma encrenqueira e foi rejeitada.
“Ela pegou seus filhos e filhas e os colocou no carro. Não sabia para onde ir, mas de alguma forma, pela graça do Senhor Krishna, teve a intuição de dirigir até Dallas, Texas. Quando chegaram em Dallas, os devotos não queriam deixá-los/as entrar no templo a princípio, e ligaram para o templo de Cleveland e perguntaram sobre eles/as. Os devotos em Cleveland disseram aos devotos em Dallas para não deixá-los/as entrar porque eram encrenqueiros/as. Sua mãe pediu para pelo menos deixá-los passar a noite, já que era tarde e tinham crianças. Os devotos em Dallas permitiram que passassem a noite, mas disseram que deveriam partir no dia seguinte porque Srila Prabhupada estava chegando! Quando ouviram isso, ficaram maravilhados/as.
“No dia seguinte, quando Srila Prabhupada chegou, a mãe de Krsnanandini insistiu e abriu caminho para ver Srila Prabhupada. Quando ela estava perante Srila Prabhupada, explicou a situação e como queria devotar sua vida ao Senhor. Srila Prabhupada lhe perguntou: "Quantos de vocês querem ser iniciados/as?"
A iniciação ocorreu no Radhastami de 1972, em Dallas, Texas, no mesmo dia em que as belas divindades de Radha-Kalachandji estavam sendo instaladas! A mãe de Krsnanandini foi iniciada como Bhumata Devi Dasi. Seu padrasto foi iniciado como Rupchand. Seu irmão Author foi iniciado como Ashutosh. Outro irmão, Solomon, foi iniciado como Subhanu. E de Clarissa Jones ela se tornou Krsnanandini Devi Dasi.
Krsnanandini, junto com seu marido Tariq Prabhu, é um dos/as membros/as da Equipe de Visão Grihastha. A missão desta equipe é “apoiar, fortalecer, educar e animar indivíduos, casais e famílias”. Centenas, talvez até milhares de famílias foram ajudadas por causa desta organização. Também começaram o instituto Dasi / Ziyad Family (DZFI.org), cuja missão é promover famílias e relacionamentos saudáveis.
Ela educou em casa 10 filhos e filhas biológicos e várias outras crianças em uma atmosfera devocional. Dois de seus filhos e filhas são discípulos/as iniciados. Seus filhos e filhas estão em uma variedade de campos diferentes hoje: médicos/as, engenheiro/a, professores/as etc.
Mãe Krsnanandini dedicou sua vida a serviço de seu mestre espiritual. Ela começou um festival chamado “Festival Senhor Tem Misericórdia” (“The Lord Have Mercy Festival”) que durou muitos anos em Cleveland, Ohio. O objetivo do festival era convidar diferentes grupos religiosos para se reunirem e celebrar a consciência de Deus.
Krsnanandini Devi Dasi continuou a servir seu mestre espiritual enquanto entrou no estágio de cuidados paliativos e se preparava para o exame final da vida.”
  * * *
Para ouvir sua participação no programa Sadhvi-sanga, numa entrevista com o título “Krishnanandini Devi Dasi: Preparándome para la prueba final: Lecciones de una vida de servicio”, em espanhol, clique aqui: <https://youtu.be/6FPhi-OFjBs>
Para ouvir uma conversa, em inglês, sobre “Como me preparo para o exame final da vida” com Krsnanandini Devi Dasi, membros/as de sua família, e Anuttama Das, hospedada pelo GBC SPT, clique aqui: <https://www.facebook.com/gbcspt/ vídeos / 3623958104298937>
Visite o site do Instituto da Família Dasi-Ziyad aqui: <http://dasiziyadfamilyinstitute.org/>
Visite o site da Equipe de Visão Grihasta aqui: <https://vaisnavafamilyresources.org/en/>

Tradução por Gitamrta Devi Dasi

Texto original publicado em 13/11/2020: https://iskconnews.org/krsnanandini-devi-dasi-pioneer-for-vaishnava-families-passes-away,7594/

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Krsnanandini Devi Dasi, pioneira nos assuntos e iniciativas para as Famílias Vaishnavas,

abandona o corpo

Madhava Smullen

Krishnanandini Devi Dasi

Pranada

Somos feministas ou Prabhupadanugas?

Pranada Devi Dasi

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Dhanistha Prabhu escreveu para o GBC no anos 70 sobre os encontros de mulheres. Ela nunca recebeu uma resposta. Saudamani Prabhu e eu escrevemos pra vocês (lideranças do CGB) em 1988, solicitando que mulheres tivessem novamente autorização para dar aulas do Bhagavatam. Nunca tivemos resposta. Em 1990 eu enviei uma proposta para que as mulheres fossem autorizadas a dar aulas do Bhagavatam. Embora as mulheres não pudessem dar aulas na maioria dos templos, me disseram que não havia necessidade de uma regra permitindo mulheres darem aulas, já que não havia nenhuma regra negando o direito das mulheres de dar aulas.  Nos últimos três anos, o Ministério das Mulheres pediu por tempo nas reuniões do GBC, e o pedido foi negado todos os anos. Com o passar dos anos, mulheres em todo mundo comunicaram seus problemas aos membros do GBC e para outros líderes. O GBC não lidar com essas questões, ano após ano, é preocupante.

 

Nossa simples solicitação tem sido que as mulheres sejam protegidas e que se permita sua participação nas atividades que Srila Prabhupada permitiu. Apesar da dor que suportamos, nós mantemos um desejo sincero de sermos seguidoras de Srila Prabhupada e nos mantermos fiéis à sua sociedade. Em troca, fomos desprezadas e rotuladas como feministas, prostitutas, encrenqueiras e militante de causas femininas.

 

Nos últimos dez anos, quando as mulheres começaram a revelar um pouco da história da ISKCON, desconhecida para muitos, nós escutamos muitas histórias de Srila Prabhupada engajando mulheres em kirtanas na frente de seus irmãos espirituais, incluindo sannyasis. Srila Prabhupada pediu para mulheres darem aulas mesmo na presença de homens qualificados e mais velhos, e novamente, incluindo sannyasis, e mesmo na Índia. As mulheres ofereciam arati a Srila Prabhupada em seu guru-puja. Ele pediu para as mulheres oferecerem dandavats (reverência como uma vara, com o corpo inteiro deitado ao chão), e as vezes insistia que elas lhe oferecessem. Ele insistiu que os líderes dessem oportunidade igual para as mulheres terem o darsana da Deidade e para a japa no templo. Ele engajou as mulheres em serviço administrativo, mesmo quando homens protestavam. Ele disse que homens indispostos ou incapazes de trabalhar em igualdade com suas irmãs espirituais deveriam ir para a floresta. Mas isso não seria renúncia apropriada, ele disse. Ele queria que trabalhássemos juntos para pregar.

 

Suas irmãs espirituais, conversando agora com você, podem te dar muitos detalhes de eventos específicos, datas, lugares, etc. de quando essas atividades aconteceram. Elas tiveram a boa fortuna, sob o cuidado de Srila Prabhupada, de se engajar em serviços que atualmente são negados para a maioria das mulheres na ISKCON. Além disso, você pode consultar o artigo escrito por Jyotirmayi Prabhu, "Mulheres na ISKCON na época de Prabhupada", que foi dado a você três anos atrás, e ainda está disponível no Ministério das Mulheres.

 

As filhas de Prabhupada já testemunharam sobre esses eventos repetidamente. Já me responderam questionando se esses eventos ainda seriam exemplos aplicáveis atualmente. Vishaka Prabhu resolve essa dúvida em seu artigo "As senhoras de Prabhupada e preocupações da alma",onde ela discorre sobre o entendimento harmonioso de bhakti e varnashram.

 Outra resposta questiona se esses exemplos são aplicáveis na Índia. Um gerente indiano escreveu, "os devotos locais, todavia, sentem que algumas atividades tradicionalmente não são aceitáveis para pessoas em corpos femininos executarem em Mayapur devido ao preconceito da Gaudiya Math local e dos brahmanas locais. Eles pesquisaram e não encontraram nenhum local onde mulheres fazendo adoração pública à deidade em um templo oficial fosse permitido por nenhuma das quatro Vaisnava Sampradayas fidedignas. Então Mayapur não quer ser criticada por quebrar com a tradição... Então, na Índia há um problema de opinião pública sobre mulheres fazerem adoração pública à Deidade... Mayapur é a sede espiritual do mundo e nós somos compelidos a não mudar as coisas em nossa situação local, a menos que Mayapur tenha alguma evidência sastrica clara para isso".

 

De minhas leituras casuais encontrei evidências do contrário:

No Rasika Mangala, Gopijanavallabha dasa relata a história de como Syamananda dasa escolheu a esposa de Rasikananda, Iccha Devi, para ser a Pujari chefe do templo em Gopiballabhpur. Pisima Goswamini é conhecida por ter adorado as deidades Gaura Nitai de Murari Gupta em um templo em Vrndanava. Há incríveis histórias de como as Deidades insistiram por aquela adoração. Em Orissa, devotos homens vieram de toda parte para escutar a recitação do Bhagavatam e Gangamata Goswamini. Prasanta dasi sabe de uma Madhavacarya Matha no Sul da Índia onde mulheres fazem parte da adoração à salagram sila do templo for centenas de anos.

 

Kusa Prabhu pode lhe contar sobre Bhagavadiya Shree Goswami Indira Betiji da Vallabha Sampradaya, que dá aulas pelo mundo. Onde quer que ela vá, ela leva seu Thakuriji com ela. Ela diariamente executa Thakurji seva. Ela tem seu próprio templo, Giriraj Mandir, em Baroda, onde ela adora Giriraj. Ela adora Gopala, Srinathji, na sede Pusti Marga, em Nathdwar, Rajastão, com a aprovação do Tilikyt (o líder da Marga).

 

Malati vai te contar que Prabhupada pediu para ela falasse em Mayapur. E, claro, Yamuna pode te dar mais exemplos. Srila Prabhupada queria um grupo de mulheres cantando a Gita viajando por toda Índia.

 

Harikesa descreve um passatempo em Em Questões Sociais, página 280: "Em 1973 em Mayapur, Srila Prabhupada e um de seus irmãos espirituais estavam sentados na vyasasana juntos. O irmão espiritual de Prabhupada tinha trazido toda sua Matha, e Srila Prabhupada pediu para uma das devotas, Saradiya devi dasi, para por favor dar a palestra. Todos estavam chocados: "Uma mulher dando uma palestra?" em Mayapur, ninguem havia visto aquilo ainda. Mas ela deu uma boa aula e Prabhupada ficou satisfeito."

 

Esses exemplos na Vaisnava Sampradaya e na pregação de Prabhupada mostram que não é contra a tradição que as mulheres adorem, falem, e cantem em público. As mulheres executavam e continuam executando essas atividades na Índia.

E sobre o argumento de que a ISKCON não quer incomodar a Gaudiya Math e os brahmanas locais, eu pergunto qual é a lógica se preferir agradar a Gaudiya Matha ao invés de seguir o exemplo de Srila Prabhupada. Srila Prabhupada é um acarya poderoso da sampradaya. Ele provou através do exemplo prático a premissa espiritual básica de que a Consciência de Krsna não se refere ao corpo material.

 

De certa forma, a pregação de Prabhupada se libertou da tradição para permitir que qualquer pessoa, independentemente do nascimento, tomasse parte na Consciência de Krishna. Todos reconhecemos com gratidão essa inovação como uma das  contribuições mais fantásticas de Prabhupada para o mundo. Se não seguirmos seu exemplo, nós diminuímos sua brilhante pregação e mudamos sua contribuição ao mundo.

 

No dia de inauguração do templo de Krsna-Balarama, mesmo Prabhupada estando mais interessado em não perturbar os panditas locais, ele colocou Laksmimoni dasi vestindo Gaura-Nitai. Por que ele fez isso? Ele queria pacificar os panditas até certo ponto, mas não significava que mudaria a maneira fidedigna que estava engajando os discípulos, homens e mulheres. Srila Prabhupada tinha uma mulher servindo no altar e não era porque estava faltando devotos homens em Vrndanava - mesmo naquele dia significativo.

 

Por que Prabhupada ignoraria as convenções de nossa sampradaya, se elas precisassem ser respeitadas? Mais importante ainda, por que precisamos de provas de nossa própria sampradaya para apoiar o próprio exemplo de Prabhupada? Por que precisamos da aprovação da Gaudiya Matha? O próprio Srila Prabhupada não buscou aprovação da Gaudiya Matha ao pedir para Malati ou Saradiya ou outra mulher para falar na frente dos visitantes da Gaudiya Matha em Mayapur.

 

Srila Prabhupada tinha orgulho de seus devotos ocidentais. Ele estava feliz em vê-los abrindo e coordenando templos na Índia, e eventualmente iniciando. Ele fez isso frente a oposições e criticas, especialmente na Índia e da Gaudiya Matha. As atividades eram normalmente contra a opinião pública.

 

A liderança da ISKCON não achou necessário buscar provas das sampradayas para dar suporte apoiar o fato de Prabhupada engajar homens ocidentais nascidos em familias de mlecchas e yavanas para adoração à Deidade e falar do Bhagavatam.

 

É imenso o crédito de Prabhupada, como um acharya, ter incluído mulheres em todas as atividades devocionais, desconsiderando convenções sociais. Será nosso crédito se, como discípulos, nós apoiássemos fisicamente, defendêssemos sua visão e comportamento, e pelo exemplo provássemos o brilho de suas ações. Ao invés de dificultar a pregação, atrairemos pessoas de todo o mundo, atraídas e curiosas para ver mulheres pregando o Bhagavatam, liderando Kirtanas e adoração à Deidade.

 

Eu ouvi devotos falarem que os problemas da mulheres estão vindo da America. Essas declarações visam minimizar a seriedade dos problemas, mas simplesmente não é verdade. O Ministério das Mulheres regularmente recebe inquéritos de mulheres de todo o mundo, Europa, Londres, Austrália, América do Sul, Índia, África, perguntando sobre como lidar com sexismo, abuso, ódio e a intolerância que experimentam diariamente. Temendo as repercussões, elas podem hesitar falar em público, mas se as coisas não melhorarem, elas certamente o farão.

 

O dia que Kulaja dasi saiu da ISKCON, ela me disse que iria instaurar o processo judicial Murphy vs. ISKCON, para mandar uma mensagem aos homens da ISKCON sobre como lidam com as mulheres. Eu sei o quanto Kulaja dolorosamente lutou com essa questão, por que eu estava com ela todos os dias durante seu último ano na ISKCON. Desde aquele tempo, outras mulheres consideraram ações judiciais, mas eu as dissuadi. E ouvi falar de outras mulheres convencendo suas irmãs espirituais a não tomar medidas legais contra a ISKCON.

 

Hoje, sentadas aqui, estão apenas algumas de suas exaltadas irmãs espirituais. As injustiças que sofreram incluem ser chutada no estômago por um irmão espiritual enquanto oferecia reverências, ser cuspida, ser golpeada por uma danda, ser estuprada enquanto estava em um encontro de mulheres e mais. Cada uma dessas mulheres sofreu muitos abusos. Mulheres por toda ISKCON sofreram semelhantes experiências. A lista de abusos é longa e feia.

 

Não há começar a lhe contar sobre o quanto o psicológico de minhas irmãs espirituais foi danificado. Um grande número delas está comprometida. Elas estão desmoralizadas. Elas não podem pregar de forma confiante para mulheres participarem da ISKCON, temendo o que essas novas devotas terão que sofrer. Elas sentem ansiedade, depressão e falta de auto estima.

Poucas mulheres ficam para contar sua história, desde que tantas partiram da ISKCON por causa dos abusos. Muitos corações foram partidos.

 

Eu generalizei com base em conversas que tive com centenas de mulheres de todo mundo nos últimos 25 anos.  Não vou entrar nos detalhes, porque não quero colocar todos os abusos por escrito. Se necessário, eles podem ser mais documentados de forma completa, mas acho que você pode ter uma ideia clara simplesmente ouvindo as mulheres que participam da reunião do GBC. Os problemas ainda estão acontecendo. Sudharma e outros podem te dar exemplos sobre como as mulheres continuam lutando com sexismo e ódio todos os dias.

 

Sou obrigada a fazer um comentário pessoal. Algo me perturbou durante muito tempo. É muito surpreendente para mim que uma sociedade que tenha sido predominantemente administrada por homens que testemunharam o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos possam fazer às irmãs espirituais o que foi feito aos afro-americanos. Eu pensava que qualquer pessoa com alguma consciência reconheceria e nunca mais toleraria o ódio, a degradação, discriminação ou abuso em direção a outro ser humano, tendo feito parte daquele período histórico.

 

Esta é a minha simples solicitação: Respeitar suas irmãs e filhas espirituais, nos dê a mesma dignidade de viver na ISKCON que Srila Prabhupada nos deu. Nós queremos participar de forma completa em nossa família espiritual. Para conseguirmos isso, serão necessárias políticas internacionais que nos permitam participar. Isso também exigirá líderes atenciosos que, depois de sair desta sala, irão explicar para os devotos onde erramos e o que fazer para respeitar e proteger as mulheres adequadamente, de forma que nossa participação esteja garantida.

Tradução por Radha Shakti Devi Dasi

Revisão por Krishna Jivani Devi Dasi

Texto original: http://vaishnaviministry.org/are-we-feminists-or-prabhupadanugas/ 

inteligência

Hridayananda Das Goswami responde:

As mulheres são menos inteligentes?

Pergunta:

Sou um ocidental educado e com pensamento moderno. Como tal, comentários sobre as mulheres serem menos inteligentes, menos confiáveis etc, me fazem dar para trás.

Resposta por Hrdayananda Das Goswami:

As pessoas me fazem esta pergunta o tempo todo. Eu geralmente explico que Prabhupada cresceu em uma época e cultura diferentes e isso pode ser refletido em algumas de suas declarações sobre assuntos mundanos. Em outras palavras, os ensinamentos de Prabhupada sobre a natureza da alma, Deus etc são diretamente baseados nas escrituras. Prabhupada sempre nos ensinou que suas declarações são infalíveis quando ele está citando as escrituras. Isto significa que as declarações de Prabhupada que não tem como base as escrituras não são infalíveis.

Em relação a inteligência, a ciência agora fala em uma variedade de inteligências, como a inteligência artística, inteligência emocional, inteligência matemática, inteligência administrativa etc. Atualmente, não podemos verdadeiramente falar de um tipo de ‘inteligência’ e dizer que os homens são mais inteligentes. Depende do contexto.

Em relação ao adultério, confiabilidade etc, podemos agora estudar e medir estas coisas cientificamente, e assim como com muitas destas questões, a meu ver, devemos lidar com isso com o uso das ciências sociais e neurológicas.

Há uma crescente consciência na ISKCON que é preciso distinguir entre as diferentes categorias de declarações de Srila Prabhupada. De fato, com base na minha próprias declarações sobre este tema, o GBC formou um comitê de hermenêutica que está tentando racionalmente categorizar as diferentes declarações de Srila Prabhupada, de acordo com sólidos princípios filosóficos, espirituais e científicos.

Prabhupada nos salvou, ele nos amou, e, portanto, eminentemente merece nossa devoção, apesar de alguns comentários com qual podemos ter alguma dificuldade.

Curiosamente, apesar de algumas declarações polêmicas sobre as mulheres, em sua própria vida, Prabhupada tratava mulheres com grande dignidade e respeito, como praticamente todas as suas discípulas testemunham. Na verdade, ele enfrentou críticas terríveis de hindus, por dar às mulheres oportunidades sem precedentes em seu movimento.

Sugiro que você, novamente, mantenha seu foco no bem ilimitado que Prabhupada está fazendo, e ponha de lado alguns pontos que profundamente lhe incomodam. Mesmo no mundo material, as crianças sentem muito amor e gratidão para com os seus pais amorosos e dedicados, e põem de lado aqueles assuntos em que as gerações podem ter valores diferentes.

mulher

Diferença entre homens e mulheres

Pergunta 1: Somente homens podem se tornar sacerdotes ou Swamis no Movimento Krishna e, em caso afirmativo, por que é assim? Por que as mulheres não podem se tornar Swamis?

HDG:

Na tradicional cultura Védica ou Vaishnava, um sacerdote não é necessariamente um Swami ou sannyasi. Desde os tempos antigos, brahmanas servem como sacerdotes, e eles têm a opção de se casar ou de permanecer solteiros. Há milhares de mulheres na ISKCON que servem como sacerdotes bramanas. Elas realizam ritos sagrados no altar, cuidam das Deidades, lideram serviços semanais, dão palestras etc. Temos também muitas mulheres que atuam como líderes da comunidade, presidentes de templo, e membros do nosso corpo governamental internacional. Uma mulher notável, Mukhya Devi, é a presidente da nossa maior comunidade no mundo ocidental, em Alachua, Flórida.

Pergunta 2: Historicamente, isso tem sido sempre o caso?

HDG:

Em algumas das primeiras literaturas sânscritas, primeiros Upanishads, vemos mulheres como Gargi que foram grandes professoras que instruíam reis.

Pergunta 3: As mulheres podem se tornar gurus no Movimento Hare Krishna?

HDG:

Sim, as mulheres podem ser gurus. Essa é a posição oficial do nosso corpo governamental. Historicamente, as mulheres serviram como gurus por muitos séculos.

Pergunta 4: As mulheres podem trabalhar ou deveriam apenas cuidar do lar e dos filhos?

HDG:

O princípio geral é que todos devem servir a Deus de acordo com sua natureza e capacidades. Esse é o princípio que Krishna ensina em todo o Bhagavad-gita. Por exemplo, nosso fundador, Srila Prabhupada, solicitou a mulheres e homens que estão assim propensos a obter doutorado e ensinar o conhecimento espiritual nas universidades.

Pergunta 5: Homens e mulheres são ambos iguais no sentido de que eles possam obter emprego ou tomar conta do lar e da família, cozinhar, etc?

HDG:

Mais uma vez, todos devem servir de acordo com sua natureza. Eu pessoalmente conheço casos de devotos em que a mulher trabalha e o homem cuida da casa. A regra é que devemos fazer as coisas naturalmente, não ideologicamente. Mulheres ou homens não devem trabalhar num trabalho específico, ou ficar em casa, simplesmente para servir à ideologia. Antes, eles devem agir de acordo com seu desejo, natureza e capacidade verdadeiros. Nosso dever vem da nossa natureza, e cada indivíduo é único. Se dermos às pessoas liberdade e as incentivarmos a servir de acordo com sua própria natureza, então as pessoas vão acabar no lugar certo.

Obrigado pela oportunidade de falar sobre essas questões.

independente

A mulher é independente?

Pergunta: Eu tenho lido um pouco da história de Prabhupada nos primeiros dias e me deparei com a descrição do primeiro casamento entre dois devotos americanos. Eu estudei história e antropologia na graduação e lá foi ensinado a não se ser etnocêntrico. Eu venho tentando manter isso em mente ao ler algumas das coisas pelas quais Prabhupada é citado por ter dito, por exemplo, que a esposa não deve ser independente e que uma de suas principais tarefas é ter a casa pronta para a chegada do marido em casa após o trabalho. Eu sou capaz de ver claramente que isso foi dito em 1966 e que Prabhupada é proveniente de um contexto indiano tradicional. Assim, para mim, é fácil interpretar essas coisas e não me sentir ofendida ou ser contestadora. No entanto, a situação parece mudar um pouco, para mim, agora que estou pensando seriamente em me tornar uma devota iniciada. Estou feliz em permanecer neutra durante a leitura de coisas como esta como uma “observadora inocente”. Mas, como uma seguidora de Prabhupada, eu gostaria de “traduzir” esses tipos de declarações numa perspectiva mais moderna. Mas, isso é apropriado? Ao fazê-lo, estou essencialmente ignorando as instruções de Prabhupada?

HDG:

Há alguns pontos relevantes:

1. Eu aprecio sua atitude madura em relação à afirmação de Srila Prabhupada de 1966.

2. Prabhupada era um profundo e complexo pensador que costumava dizer coisas diferentes sobre o mesmo tema. Assim, para ter uma compreensão completa do seu pensamento, temos que, às vezes, reunir várias declarações. Por exemplo, você vai encontrar Prabhupada dizendo que uma esposa ficará contente com tarefas domésticas. Noutro lugar (em uma sala de conversação em 22 de junho de 1975) Prabhupada diz, por exemplo, que mulheres qualificadas devem obter PhDs e ensinar em universidades. Prabhupada também disse frequentemente que o casamento é um trabalho em equipe, no qual marido e esposa devem respeitar-se mutuamente e ajustarem-se às necessidades de cada um.

3. Prabhupada era eminentemente prático. Ao aprender mais sobre o Ocidente, ele ajustava e aperfeiçoava certas diretrizes, enquanto que, claro, mantinha seus ensinamentos e práticas básicos intactos. Prabhupada afirma no capítulo 6 do Néctar da Devoção que “detalhes” devocionais são variáveis e relações matrimoniais são um detalhe culturalmente variável do serviço devocional, não é um princípio básico como “cantar Hare Krishna”. Então, Prabhupada constantemente fazia ajustes. Por exemplo, no início de sua missão, ele arranjava casamentos como se faria na Índia naquela época. Contudo, ao ver que a maioria desses casamentos arranjados falhou, ele percebeu que esse método não funciona no Ocidente. Lembro-me que, em 1971, como presidente de templo casado, eu recebi uma carta de Prabhupada enviada para todos os templos em que ele declarou que estava deixando de realizar arranjos de casamento e iria deixá-los para nós.

Eu vi repetidas vezes que Prabhupada, como um amante puro de Krishna, realmente só queria que amássemos Krishna e que fôssemos felizes. E como nosso pai amoroso e guru, ele nunca nos levou a um ponto de ruptura, mas sempre abria espaço para nós, respeitando as nossas necessidades e limites.

Você é uma menina inteligente e reflexiva e, obviamente, você precisa de um relacionamento conjugal de respeito e consideração mútuos. O homem de sorte que se casar com você deve amá-la e aceitá-la por quem você é. Ambos, marido e esposa, devem servir um ao outro em consciência de Krishna. O centro de um casamento consciente de Krishna não é o marido ou a esposa, mas Krishna, e todos nós somos servos de Krishna. Ambos, marido e esposa, devem respeitar profundamente um ao outro como servos eternos de Krishna.

GBC

Ministério Vaisnavi

Resoluções do GBC sobre ou para as Vaishnavis

1996
102. O Órgão do GBC estabelecerá um Ministério Internacional da Mulher. Este Ministério abordará as seguintes questões de maneira clara, madura e deliberada:
1. Apreciar a contribuição das devotas à ISKCON.
2. Compreensão contínua acerca de questões preocupantes em relação às mulheres na ISKCON.
3. Garantir facilidades, comunicação e apoio a todas as mulheres membros da ISKCON.
4. Abordar questões de abuso e inconveniência sexual na ISKCON.
5. Definir as diferentes situações das devotas (por exemplo, mulheres grhasthas, mais velhas, mulheres renunciadas e brahmacarinis).
6. Trabalhar com as autoridades do templo e os GBCs para identificar exemplos de devotas. Incentivá-las a inspirar e treinar Vaisnavis juniores.

Os primeiros deveres deste ministério são:
1. O estabelecimento de ministras regionais (que servirão ao Conselho Ministerial Mundial da Mulher).
2. A seleção de uma Ministra Internacional da Mulher.
3. A comunicação com o GBC regional, presidentes de templo e outros líderes quanto aos propósitos, entendimento e aplicação prática do Ministério da Mulher em cada região.
4. As diretrizes regionais positivas para proteger as mulheres da ISKCON, incluindo contra violência doméstica, inconveniência sexual, etc.

Os primeiros objetivos deste ministério:
PASSO UM: (Concluído em julho de 1996) 
Nomear Ministras regionais. A ministra regional será escolhida conjuntamente pelas líderes locais Vaisnavis, o GBC e outros líderes da ISKCON. Suas qualificações incluem: capacidade de se comunicar com líderes locais, devotas seniores e juniores e com a congregação feminina; genuína compreensão das necessidades e preocupações das mulheres; capacidade de prosseguir com as responsabilidades do Ministério da Mulher de maneira séria, sem uma postura conflituosa.

PASSO DOIS: (Concluído em outubro de 1996) 
Escolher uma ministra internacional. A ministra internacional será escolhida da seguinte forma:

1. As Vaisnavis seniores de cada região nomearão candidatas apropriadas.
2. A discussão dessas candidatas ocorrerá via COM, correio e telefone. Sudharma dasi, com a ajuda de Bhaktitirtha Swami, Madhusevita Prabhu e Bir Krishna Goswami, garantirá a conclusão dessas tarefas.

103. O GBC, por meio deste documento, solicita a todos os líderes do templo e da congregação que envolvam de forma prática devotas nas áreas de sadhana e pregação do templo, considerando de forma cuidadosa e madura a capacidade da devota, a cultura local, a senioridade da devota, a dedicação, o serviço, a necessidade de encorajamento e o ambiente do templo.

A ISKCON é uma família onde todos devem se sentir bem-vindos. Embora os ambientes do templo possam diferir, o princípio subjacente de facilitar o sadhana das mulheres deve permanecer, com base em uma atitude de encorajamento e respeito.

104. [LEI] 620. QUE se acrescente o seguinte à resolução do GBC 413-96: “Padrões de uma presidente de templo: Uma presidente de templo deve;
- ver a todos os homens como filhos, exceto o marido.
- nunca ficar sozinha com um homem, exceto o marido.
- evitar relações íntimas com homens.
- na medida do possível, designar um homem sênior para lidar com os assuntos dos homens.
- em certas condições, pode ser prudente que o marido da presidente lide com os homens ou que um presidente peça a sua esposa que lide com as mulheres. O princípio geral é que o(a) presidente do templo evite relações íntimas com o sexo oposto.”

 


1997


QUE o Órgão do GBC declara que a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna não tolera nenhum tipo de abuso, especialmente o que é direcionado a dependentes como mulheres, crianças, idosos e vacas. Abuso físico, verbal e emocional são destrutivos para a trepadeira devocional e, portanto, são considerados aparadhas sérios do Vaisnava. Qualquer tentativa de justificar esse tipo de mentalidade abusiva com base no shastra é uma má interpretação e é firmemente rejeitada por todos os vaisnavas praticantes.
QUE todo templo da ISKCON ofereça facilidades iguais para homens e mulheres cantarem japa. Isso pode significar facilidade igual ou apropriada, uso comum ou alternativo da sala do templo, conforme aceitável por todos.

1999


504. [VISÃO E OBJETIVO] VARNASRAMA DHARMA E CUIDADO AOS DEVOTOS
Considerando que Srila Prabhupada defendeu repetidamente e consistentemente a implementação do Varnasrama como a panacéia para todos os desequilíbrios sociais da sociedade, e

Considerando que Srila Prabhupada instruiu que o Varnasrama deve ser implementado na ISKCON,
Resolve-se que

como um início humilde do processo de implementação do Daivi-varnasrama na ISKCON, o Órgão GBC enfatiza a necessidade de cuidar dos devotos nas seguintes áreas fundamentais:

Crianças
Mulheres
Idosos
Brahmanas
Vacas

2000


Participação feminina
618 [LEI]

CONSIDERANDO QUE a apresentação do Ministério da Mulher, em 1º de março de 2000, ao Órgão GBC trouxe uma compreensão mais clara dos erros do passado e a necessidade de oferecer oportunidades iguais e completas de serviço devocional a todos(as) os(as) devotos(as) da ISKCON, independentemente de sexo, e

CONSIDERANDO QUE, seguindo claramente nossa linha de que todas as pessoas são bem-vindas ao movimento sankirtana do Senhor Caitanya e são capazes de desenvolver amor pleno a Deus e

CONSIDERANDO QUE, é nossa convicção que muitas das questões sociais que nos confrontam são exacerbadas porque a voz de nossas mulheres, que são mães e filhas de nossa família consciente de Krsna, foi abafada e sufocada devido à interpretação incorreta de nossa filosofia Vaisnava, e assim, as necessidades humanas e interpessoais de nossos devotas foram minimizadas,

PORTANTO, RESOLVE-SE QUE:

501

1.[DECLARAÇÃO]Os membros da Comissão do Corpo Governamental da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna oferecem suas humildes desculpas às mulheres da sociedade de Srila Prabhupada que, devido às nossas próprias deficiências e às da Sociedade, sofreram devido a falta de proteção, apoio, facilidade e apreço por seu serviço, devoção e vastas contribuições à Sociedade; e

2. [AÇÃO] Todos os membros do Corpo do GBC e outros líderes realizarão esses istagosthis [reuniões] em cada um de seus templos para estabelecer a prioridade de fornecer instalações iguais, incentivo total e cuidados e proteção genuínos para as mulheres membros da ISKCON. Além disso, devem ser realizadas reuniões separadas com os líderes e as mulheres de cada templo para atender às necessidades e preocupações delas.

Participação feminina 19 [LEI]

A. Todos os templos da ISKCON devem permitir que todos as devotas qualificadas, independentemente de gênero, falem sobre o Srimad-Bhagavatam, a Bhagavad-gita, etc. nas aulas regulares do templo.
B. Todos os templos da ISKCON designam metade da área da sala do templo, dividindo a partir do centro do altar, para as mulheres.
C. Se a gerência de um templo em particular achar que é incapaz de  implementar essas propostas, o Comitê Executivo nomeará uma pequena equipe de devotos seniores, incluindo mulheres, para analisar com sensibilidade a situação local específica.
2002
502 Discussão sobre as questões das mulheres na Índia
Visto que é necessário um diálogo entre o órgão do GBC e os líderes da ISKCON na Índia sobre a implementação da resolução 618/2000, relativa às mulheres na ISKCON;

[ORDEM DA AÇÃO] Resolveu-se que o Órgão do GBC, por meio deste, designa um subcomitê, cujos membros serão selecionados pelo Comitê Executivo, de três ou quatro devotos para se envolverem em discussões ao longo dos próximos 12 meses ou mais com os membros do Comitê Continental Indiano (ICC - Indian Continental Committee) com mandato para:

1. Explicar a resolução 618/2000 e a intenção do Órgão do GBC sobre como ela deve ser implementada na Índia.
2. Ouvir atentamente as várias objeções levantadas por diferentes membros do ICC.
3. Tentar isolar qualquer questão genuinamente controversa e preparar uma declaração conjunta explicando todos os pontos de vista sobre a questão.
4. Procurar possíveis resoluções para esses problemas controversos e informá-los aos Órgão do GBC e do ICC, possivelmente com recomendações para ações adicionais de qualquer corpo.

417. Endosso do Ashram de Grihastha e do desenvolvimento comunitário
[Declaração]
A Comissão do Corpo Governamental expressa seu apoio e incentivo aos devotos que servem no ashram grihastha.

Afirmamos que o ashram grihastha é uma instituição valiosa que traz grandes benefícios. Aqueles que sinceramente servem ao Senhor Sri Krishna e Srila Prabhupada neste ashram farão um progresso espiritual tangível.

Também afirmamos a importância na ISKCON de nutrir casamentos fortes, incentivando a harmonia nas famílias, melhorando o bem-estar das crianças, garantindo a proteção e o cuidado das mulheres, desencorajando o divórcio e animando homens e mulheres grihasthas ao serviço a Krishna.

Por este meio, nos comprometemos e incentivaremos nossos líderes regionais e outros líderes seniores a:
Promover um ambiente propício à bem-sucedida vida familiar consciente de Krishna nos templos e comunidades da ISKCON

Incentivar o apoio contínuo às famílias Vaisnavas nas comunidades da ISKCON por meio de atividades conscientes de Krishna, programas de pregação comunitária e outras iniciativas

Educar as congregações, e principalmente os jovens, sobre o valor espiritual e social do casamento consciente de Krishna, com base nos ensinamentos de Srila Prabhupada

Confrontar e corrigir qualquer pregação ou ensino que comprometa a saúde e a força do ashram grihastha ou discrimine a vida espiritual do grihastha

Envolver-se em um discurso ponderado e significativo sobre as responsabilidades, privilégios e objetivos da vida grihastha com os devotos que estão considerando o casamento

Garantir que os casamentos facilitados sob nossos cuidados priorizem as necessidades dos indivíduos envolvidos e a saúde e longevidade do casamento

Incentivar o aconselhamento pré-conjugal desenvolvido profissionalmente para todos os possíveis casais de grihastha

Criar encontros entre devotos recém-casados, sempre que possível, com casais maduros e espiritualmente fortes que podem atuar como mentores e apoiadores

Ser treinado pessoalmente, conforme apropriado, em aconselhamento conjugal, comunicação e habilidades na resolução de conflitos

 


2006

425. Guru Diksha Feminino
[DECLARAÇÃO]
O GBC aceita a conclusão filosófica básica apresentada no Documento de Diksha Guru da SAC (Shastra Adviser Council - Conselho Consultivo dos Shastras), ou seja, que uma devota madura e qualificada pode aceitar o papel de um mestre espiritual iniciador. A sua implementação está pendente de consideração adicional do GBC.

420. Força-tarefa sobre Abuso de Mulheres
[ORDEM DE AÇÃO]
Visto que é dever da liderança de uma sociedade espiritual proteger seus membros para que eles possam executar pacificamente o serviço devocional a Sri Sri Radha Krishna
Portanto, resolveu-se que:
O Órgão do GBC instrui o CCO do GBC e Tamohara Prabhu a coordenar uma Força-tarefa para definir e lidar com os abusos contra mulheres na ISKCON.
421. Representantes regionais do Ministério da Mulher
[DIRETRIZ]
As mulheres residem nos templos e comunidades da ISKCON em todo o mundo, onde costumes, cultura e instalações variam muito. Embora os princípios básicos do engajamento total no serviço devocional, na proteção e na liberdade de exploração sejam princípios fundamentais para todas as mulheres, a maneira como eles são aplicadas localmente pode variar. Portanto, é imperativo que o Ministério da Mulher esteja devidamente representado em cada região no mundo.

Considerando que a resolução original do GBC que formou o Ministério da Mulher instruiu o Ministério a nomear representantes regionais do Ministério da Mulher.

Portanto, o Órgão do GBC recomenda que os Órgãos Governamentais Regionais (RGBs - Regional Governing Bodies) trabalhem com o Ministério da Mulher da ISKCON para designar, a seu critério, uma representante do Ministério da Mulher ou um Conselho do Ministério da Mulher para a respectiva região. Esta representante ou Conselho operará sob a direção e os auspícios do Ministério da Mulher e dos RGBs.

2008


311. Notas finais ou apêndices nos livros de Srila Prabhupada
Alguns livros de Srila Prabhupada contêm frases como as seguintes, que, quando tomadas isoladamente, podem ser consideradas depreciativas e ofensivas contra as mulheres:

Embora o estupro não seja legalmente permitido, é fato que uma mulher gosta de um homem que é muito especialista em estupro. (SB 4.25.41, p.)
Quando uma mulher sem marido é atacada por um homem agressivo, ela vê a ação dele como misericórdia. (SB 4.25.42, p.)
Geralmente, quando uma mulher é atacada por um homem - seja seu marido ou outro homem - ela gosta do ataque, ficando excitada. (SB 4.26.26, p.)

Considerando que alguns devotos da ISKCON podem ter usado essas declarações fora de contexto como uma desculpa para ofender, negligenciar e abusar de mulheres;

Considerando que algumas pessoas que leem tais declarações podem considerá-las depreciativas ou ofensivas, podem entender mal o que Srila Prabhupada realmente significa e podem não querer ler mais esses livros, apesar das muitas outras declarações benéficas nelas;

RESOLVEU-SE:

Que o Órgão do GBC recomende aos Administradores da BBT que as citações acima e outras declarações determinadas pela BBT sejam explicadas em notas de rodapé ou apêndices.

2009


305. Gurus Diksha mulheres
[Ordem de ação]
Considerando que há uma necessidade real de mais diksha-gurus na ISKCON para acomodar a pregação mundial;
Visto que existem pregadoras maduras qualificadas para assumir as responsabilidades de um diksha-guru;
Visto que existem várias dessas mulheres qualificadas que já têm discípulos siksha;
Visto que o Órgão GBC emitiu anteriormente a seguinte declaração em 2005, que agora recebeu mais considerações:

425. Guru Diksa mulheres
O GBC aceita a conclusão filosófica básica apresentada no Documento de Diksha Guru da SAC, ou seja, que uma devota madura, qualificada e feminina pode aceitar o papel de um mestre espiritual iniciante. A sua implementação está pendente de consideração adicional do GBC.

RESOLVEU-SE QUE:

1. Essa resolução 425/2005 - A Diksha Guru mulher é emendada da seguinte forma:
O GBC aceita a conclusão filosófica apresentada no Documento de Diksha Guru da SAC de que uma devota madura, qualificada e feminina pode aceitar o papel de um mestre espiritual iniciante.
2. O Órgão GBC autoriza os comitês locais a colocaram para aprovação como guru iniciador qualquer devoto(a) em sua área, homem ou mulher, qualificado(a) de acordo com a Lei do GBC existente.

2013


309. Gurus Diksha mulheres
O tema das Vaisnavis iniciarem na ISKCON está em pausa até a Reunião Geral Anual do GBC de 2014.

310. Documento de pesquisa sobre o Diksha Guru mulheres

Considerando que há uma necessidade de clareza na política atual da ISKCON em relação as diksha gurus Vaishnavis;

E considerando que houve pedidos de referências adicionais e apoio de Srila Prabhupada e do shastra para explicar e justificar essa política:

RESOLVEU-SE QUE:

Um comitê do GBC composto por Bir Krishna Das Goswami (convocador), Bhanu Swami, Badrinarayan Das e Praghosa Das deve pesquisar e escrever um artigo sobre o assunto das diksa-gurus mulheres baseado nos ensinamentos, shastras e precedentes históricos de Srila Prabhupada. O comitê pode contratar o serviço de outros devotos, incluindo membros atuais do Conselho Consultivo Shastrico.

O comitê documentará e fornecerá justificativa específica para a política atual da ISKCON ou razões para reconsiderar essa política.

O comitê enviará um rascunho de seu trabalho ao Comitê Executivo do GBC até 30 de setembro de 2013, para que possa ser distribuído aos

os membros do GBC antes da reunião intermediárias do GBC em Mumbai, em outubro de 2013, e pode ser discutido lá.

O comitê analisará a opinião dos membros do GBC e completará um rascunho final a ser enviado ao Comitê Executivo até 15 de janeiro de 2014. O Comitê Executivo distribuirá esse rascunho final para que possa ser discutido e votado na Assembléia Geral em 2014.

 

2014


312: As mulheres devem ser chamadas de “Prabhu”, “Mataji” ou “Devi”?

Visto que na ISKCON os homens geralmente eram ensinados a ver todas as mulheres, além de suas esposas, como mãe;

Considerando que, em tempos mais recentes, uma prática ganhou impulso que as mulheres não devem ser chamadas de “Mataji”, mas “Prabhu;”

Considerando que a palavra "Prabhu" é tradicionalmente usada para se referir aos homens;

Considerando que uma seção da ISKCON considera abordar as mulheres como “Prabhu” como não tendo cultura ou apoio lingüístico ou qualquer apoio probatório ou experimental dos ensinamentos de Srila Prabhupada;

Enquanto outra seção da ISKCON cita evidências conversacionais ou baseadas em correspondência de que Srila Prabhupada se dirigiu às discípulas como "Prabhu;"

Considerando que há uma discórdia crescente entre os defensores dessas duas opiniões;

Enquanto todas as mulheres iniciadas também têm o título “Devi” como parte de seu nome espiritual, uma expressão que também pode ser aplicado às não iniciadas

RESOLVE-SE:

Que o Comitê Consultivo Shastrico seja solicitado a pesquisar as evidências para as mulheres chamadas “Mataji”, “Prabhu” ou “Devi” e forneça uma diretiva conclusiva sobre qual desses termos deve e não deve ser usado pelos membros da ISKCON.

316: Gênero no Kirtan
[DIRETRIZ]
Considerando que surgiu nos kirtans da ISKCON uma nova prática que consiste em:
O líder de Kirtan canta e apenas as mulheres respondem
O líder de Kirtan canta e apenas os homens respondem
O líder de Kirtan canta e toda a congregação responde

Considerando que não há descrição de Srila Prabhupada liderando kirtan dessa forma, nem de qualquer devoto liderando kirtan desta forma na presença de Srila Prabhupada;

Considerando que essa nova prática enfatiza a concepção corporal da vida e nossas falsas designações como homem e mulher;

Considerando que, quando ocorre um cântico questionável, alguns devotos ficam desconfortáveis, alienados, perturbados ou podem até recusar-se a participar de um kirtan e, portanto, a unidade de nosso movimento, mesmo em sua atividade principal - sankirtan - é comprometida.

RESOLVE-SE QUE:

Os líderes de Kirtan em todos os programas do templo e públicos, devem abster-se de separar a congregação em seções de resposta com base em considerações corporais como masculino, feminino, jovem, velho etc.

321. Gurus Diksha mulheres
O assunto de Vaishnavis iniciando na ISKCON está em pausa até discussão adicional na Reunião Intermediária do GBC de 2014. Enquanto isso, o Comitê Executivo do GBC trabalhará no seguinte processo:

1. Criar um comitê de devotos que não tenham uma visão pré-determinada sobre esse tópico, que reunirá documentos de todas as fontes sobre o assunto das diksha-gurus mulheres.

2. O comitê classificará, resumirá e categorizará toda a documentação. As categorias podem incluir citações de Srila Prabhupada, varnasrama-dharma, histórias dentro de nossa sampradaya e outras sampradayas Vaishnavas, etc.3. Na medida do possível, toda a documentação será verificada quanto à precisão, autenticidade, etc.

4. Na medida do possível, esse comitê fará qualquer outra pesquisa necessária.

5. O comitê fornecerá todos esses documentos aos membros do GBC antes da reunião intermediária. Assim, todos os membros do GBC virão para a Reunião Intermediária cientes de todos os argumentos, informações e evidências disponíveis. Isso permitirá que o GBC faça progresso informado ou tome uma decisão informada sobre esse assunto.

Fonte do texto: Site Vaishnavi Ministry

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